Filosofia da Oficina

A Oficina do Playtest é um grupo de pessoas interessadas em design de board games com intenção de fazer playtest de seus protótipos, visando coletar feedbacks e ter mais embasamento para tomar decisões sobre os caminhos que o jogo deve seguir.

Os encontros da Oficina do Playtest têm o intuito de promover a interação entre designers e demais pessoas interessadas (com foco em criação de jogos de tabuleiro) com o objetivo de potencializar suas habilidades práticas e teóricas quanto à criação e desenvolvimento de protótipos de jogos, por meio de testes técnicos, direcionados ou gerais, além de discussões, orientações e outras atividades que visem a um senso colaborativo e solidário entre todos os integrantes.

A Oficina procura ser uma iniciativa voltada a game designers em diversos níveis, desde os mais iniciantes até os já publicados, tendo em vista que consideramos a existência de um ganho mútuo nas trocas e interações durante os encontros, que são abertos ao público, porém regidos por orientações gerais, que devem ser seguidas e podem ser consultadas neste documento.

Não será tolerado nos encontros ou nos jogos em teste nenhum tipo de discriminação (de raça, gênero, etnia, nacionalidade, religião, orientação sexual) ou discurso de ódio. A Oficina do Playtest é um grupo aberto e inclusivo e seus membros devem prezar por este caráter.


Boas práticas

Dos(as) autores(as), durante as sessões, espera-se uma postura aberta a críticas, sejam elas positivas ou negativas, e cordial com relação aos comentários dos demais participantes.

Dos playtesters, esperam-se comentários que tentem ser úteis e construtivos ao trabalho dos(as) autores(as), embasando-se em uma abordagem objetiva dos problemas e potenciais dos protótipos e ideias. Opiniões pessoais que não sirvam de colaboração para uma efetiva orientação ao(à) autor(a) a respeito de protótipos e ideias devem ser evitadas. Além disso, espera-se dos playtesters o bom senso em medir as categorias e os níveis de crítica adequados à etapa de trabalho do projeto analisado e também ao próprio estágio de maturidade profissional dos autores. Os comentários devem ser responsáveis, buscando um senso de solidariedade e colaboração com relação ao trabalho dos demais participantes.

Durante os testes, os participantes devem ser solícitos aos pedidos dos(as) autores(as), auxiliando no bom andamento da proposta apresentada. Além disso, devem ser evitadas posturas excessivamente brincalhonas, quando estas possam tirar o foco do restante da mesa ou desrespeitar a autoridade do(a) autor(a) sobre o teste.

Dizer algo legal apenas por educação não ajudará a pessoa designer a melhorar o seu projeto. Não diga “Esse é o melhor uso que já vi dessa mecânica”, se realmente não for o caso. Elogios são bem-vindos, mas preze pela sinceridade! Game designers estão em busca de problemas que podem não ter notado ainda.

Dizer algo puramente negativo não ajuda a pessoa designer a descobrir o que fazer para resolver o problema. Tente dar sugestões. Ao invés de dizer: “O conceito do seu jogo não funciona”, você pode dizer: “Acho que você poderia deixar as escolhas mais claras para os jogadores se fizer isso…”.

Explique claramente o que você não entende ou como algo poderia funcionar melhor, assim como porque você está fazendo estas sugestões. Não diga: “Seu manual é muito confuso; ninguém entenderá isso”. Considere dizer: “Acho que será difícil para alguém que nunca jogou RPG entender as regras necessárias para uma partida introdutória”.

Fazer perguntas pode ajudar a pessoa designer a refletir sobre suas intenções e pode ajudar na resolução de problemas pouco evidentes. Pergunte, por exemplo: “Por que você decidiu estruturar os elementos do tabuleiro desta forma?” Não há necessidade de discutir. Se você sentir que deu todas as sugestões para uma possível melhoria e a pessoa não pareceu muito receptiva à mudança, siga para o próximo tópico.